incoerente, adj. 2 gén. que não é coerente; desconexo; ilógico; disparatado; inconsequente; discrepante (De in-+coerente).

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quinta-feira, agosto 31, 2006

Quando cai a noite na cidade…

Para que conste, este texto foi publicado, por mim em 04/08/2006, no Blog "As Aventuras da Família 4site"

Embora pareça que tenha algo a ver com a eterna imberbe Anabela (é a Anabela, em Portugal e o Leonardo Di Caprio em Hollywood), o título deste post refere-se ao mesmo tema do post anterior. Não para falar daquele estudo estúpido sobre bebidas e cigarros nas mãos, o qual me vai sair caro e constrangedor, (pois tenho a sensação que quando amigos meus me encontrarem na Noite me estenderão a mão só para ver a minha reacção mesmo que 5 minutos antes os tenha cumprimentado de forma convincente), mas para falar de outra espécie que vagueia na noite.

Falo exactamente, como tinha prometido, daquele tipo de pessoas que nem bebem, nem fumam e mal falam, que de uma forma resumida se pode dizer que não fazem nada. Apenas estão. Saem à noite, juntam-se duas, no máximo três, (encalhadas) e é mais frequente ver este grupo na versão feminina, pois considero bastante difícil juntarem-se 2 homens e nenhum deles beber ou fumar…

Não fugindo à ideia, estas pessoas correm tudo quanto é lugar (bares, cafés, discotecas e similares) e a primeira coisa que fazem é colocarem-se numa esquina ou canto do bar. Porquê? Porque se acampam no meio têm de forçosamente de estar a olhar à volta. E isso parece que não, mas é cansativo, maçador, dá demasiado nas vistas, e no dia seguinte dói o pescoço. Não sei se me fiz entender… Uma das características desta raça é a observação, a análise silenciosa das ocorrências, com breves comentários para o lado do género: “ahhhh, já viste aquela agora anda com aquele?”, “Ai que gorda esta a namorada daquele!!! Se calhar está grávida!”, “Olha, olha… é todas as noites isto embebeda-se em casa e depois aqui só arma confusão!”, “Aquele ali quando é início do mês bebe e paga a toda a gente, mas depois anda a pedir dinheiro emprestado para beber ou cola-se para que lhe paguem!” ou de uma forma mais simpática: cusquice.

E qual o melhor local para se fazer uma boa observação ou cuscar? Uma esquina, um canto, obviamente… que me eu lembre nunca vi nenhuma prostituta no meio de uma praça a rodar sobre si mesma a ver se fila o 38º cliente da noite. Se assim fosse no Porto eram só buracos. Mas eu não sou a pessoa mais indicada para falar sobre esta profissão. Este comentário foi ouvido dum amigo meu, que tem amigo que é amigo do maior amigo dele, ok?

Voltando ao raciocínio… esta raça mantêm-se num local não por tempo definido, mas por percentagem em relação à lotação. Podemos crer que quando o local desce a linha dos 40% da lotação é praticamente garantido a saída delas também. Conhecem-se tão bem que basta uma simples troca de olhares para uma ou outra perceber que o tempo dali para a frente é perdido… nada mais de interessante vai acontecer. Se alguma delas estiver distraída usam então a expressão codificada: “Bora?”
Esta espécie não está em vias de extinção, mas, sorte a nossa, também não tem muito por onde se espalhar. De década em década, o grupo vai-se renovando, podendo chegar a se encontrarem três gerações. Algumas deixam estes grupos por violação dos regulamentos ou estatutos. Isso acontece quando uma delas arranja namorado. Deixa de haver tempo para o grupo, uma das características principais é alterada (o encalhe) e é prontamente excluída, passando a ser tratada pelo grupo como inimiga sendo colocada como alvo preferencial de observações futuras… o que não deve ser nada bonito, é que a reputação de quem sai do grupo esta seriamente ameaçada, pelos anos anteriores de partilha que podem ser agora divulgados ao trombone.

São também caracterizadas pela sua vertente forreta… raramente consomem para além de um café e mesmo andando sempre o mesmo grupo, cada uma paga a sua despesa para não haver confusões… Vivem na sociedade, mas fora dela… é estranho, não é? São quase como uma sociedade à parte, outro mundo feito de coisinhas banais em que o tema menopausa está ao mesmo nível do tema morte e os temas roupa e feira andam de mãos dadas como que de concubinas se tratasse… ou seja o "Cusquimatrix".


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