
Agora comigo, as coisas não acabaram aqui… após uma noite quente, e bem suada de sono, sou confrontado pela minha mãe. Claro que já estava acordado. Porquê? Porque o travesseiro magoava-me imenso. A minha mãe, muito zelosa, convenceu-me que teria de ir à missa. Obviamente que não iria discutir com ela… não tinha “cabeça” para o fazer e argumentar que uma passagem de ano não é assim tão fácil como parece… Ao levantar-me, convenci-me de que a tontura e o enjoo passariam logo que eu comesse qualquer coisa. O dilema era… o que comer? Tudo enjoa!? Olhei para a fruta e vi a luz… Comi uma laranja suculenta e pensei: “Hmmm, é mesmo isto que me vai safar desta ressaca!”
A primeira impressão foi boa mas, a caminho da igreja, o meu corpo começou a ter comportamentos estranhos, cheguei a temer que tinha engolido um Alien e que a qualquer momento ele iria sair e agarrar-se ao volante…
Começa a missa, e os problemas também. Tudo começa a ficar turvo (outra vez). O Padre, vestido de branco, lá no alto, movimentava-se de forma perfeita e sincronizada com os outros dois que estavam lado a lado (depois reparei que era apenas um). As pernas começam a vacilar e sentei-me. Fechei os olhos como que a rezar compenetradamente, mas a sofrer desesperadamente. O enjoo apoderou-se de mim mas com uma nuance… a laranja começa a surtir efeito e os intestinos descontrolam-se. Qualquer tentativa de soltar o gás é morte certa.
Saio da igreja como o diabo foge da cruz. Meto-me no carro, mas chegar a casa torna-se o mais difícil dos objectivos… sou obrigado a parar a meio do trajecto, numa simpática e densa floresta. O vómito e a diarreia juntos é algo de inacreditável… são como dois países a bombardear um só local… não se sabe de quem nos devemos defender primeiro, defendermo-nos de um só é levarmos bujarda do outro na certa e completamente desprotegidos… nenhum é bom e defendermo-nos dos dois ao mesmo tempo é quase impossível…
Mesmo que a situação ocorresse em casa seria muito difícil resolver a questão de forma razoável, pois até hoje nunca vi nenhuma casa com duas sanitas na mesma casa de banho e principalmente uma em frente à outra, coisa que eu mais precisava…
A minha “sorte” foi mesmo a mãe-natureza…
Depois de aliviado, e sem mais detalhes, chego a casa, amarelo, quase branco e sou confrontado com a pergunta/rasteira da minha mãe a fim de confirmar de que eu realmente tinha ido à missinha:
- “Então que tal a missa? De que cor vestia o padre?
- “Os padres (corrigi eu) estavam vestidos de branco e tinham tudo muito bem ensaiado… pareciam uma boysband!”
- “Como?”
- “Nada, nada…, tenho que me deitar que não estou lá muito bem… a missa “caiu-me” mal!”
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