incoerente, adj. 2 gén. que não é coerente; desconexo; ilógico; disparatado; inconsequente; discrepante (De in-+coerente).

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quinta-feira, agosto 31, 2006

Noites alegres, manhãs tristes...

Para que conste, este texto foi publicado, por mim em 28/08/2006, no Blog "As Aventuras da Família 4site"

Quando se entra nos copos, e neste caso concreto numa passagem de ano, cometem-se por vezes erros, com consequências bem incómodas para, pelo menos, os dois dias seguintes.

Tudo é motivo para celebrar, brindar e beber. Começa-se com uma ou duas cervejas depois vem um shot, a seguir um bacardi ou uma vodka, mais um shot, e porque se está a celebrar vai um brinde, entretanto mais duas cervejas, outro shot mais duas vodkas até que quando tudo fica muito bem misturado no estômago as coisas tornam-se um bocadinho turvas. É mais ou menos por aqui que os problemas começam… a euforia passa e dá lugar à má disposição. O vómito começa a ser uma realidade antes de chegar a casa ou ao deitar. A cama torna-se o carro voador do Harry Potter e pôr o pé fora da cama, no chão, é um truque com poucos resultados… Quando isso acontece comigo, ao por um pé fora da cama, tenho de imediatamente por o outro também para começar a correr de parede em parede até chegar ao trono de porcelana… o monólogo começa tendo como único objectivo expelir tudo o que foi ingerido, chegando a pontos que parece que o estômago e restantes vísceras vão sair também. Bebe-se água para que as contracções violentas do estômago tenha algo para limpar o vasilhame… Terminada esta luta é tempo de experimentar a cama novamente… se a cama se mantém quieta… podemos dormir… senão repetimos os passos anteriores até tudo estabilizar…

Até aqui nada de novo… de uma forma ou de outra, com mais ou menos vómito quase todos já passamos por esta experiência e até acompanhadas da mítica frase: “Nunca mais bebo…!”

Agora comigo, as coisas não acabaram aqui… após uma noite quente, e bem suada de sono, sou confrontado pela minha mãe. Claro que já estava acordado. Porquê? Porque o travesseiro magoava-me imenso. A minha mãe, muito zelosa, convenceu-me que teria de ir à missa. Obviamente que não iria discutir com ela… não tinha “cabeça” para o fazer e argumentar que uma passagem de ano não é assim tão fácil como parece… Ao levantar-me, convenci-me de que a tontura e o enjoo passariam logo que eu comesse qualquer coisa. O dilema era… o que comer? Tudo enjoa!? Olhei para a fruta e vi a luz… Comi uma laranja suculenta e pensei: “Hmmm, é mesmo isto que me vai safar desta ressaca!”

A primeira impressão foi boa mas, a caminho da igreja, o meu corpo começou a ter comportamentos estranhos, cheguei a temer que tinha engolido um Alien e que a qualquer momento ele iria sair e agarrar-se ao volante…

Começa a missa, e os problemas também. Tudo começa a ficar turvo (outra vez). O Padre, vestido de branco, lá no alto, movimentava-se de forma perfeita e sincronizada com os outros dois que estavam lado a lado (depois reparei que era apenas um). As pernas começam a vacilar e sentei-me. Fechei os olhos como que a rezar compenetradamente, mas a sofrer desesperadamente. O enjoo apoderou-se de mim mas com uma nuance… a laranja começa a surtir efeito e os intestinos descontrolam-se. Qualquer tentativa de soltar o gás é morte certa.

Saio da igreja como o diabo foge da cruz. Meto-me no carro, mas chegar a casa torna-se o mais difícil dos objectivos… sou obrigado a parar a meio do trajecto, numa simpática e densa floresta. O vómito e a diarreia juntos é algo de inacreditável… são como dois países a bombardear um só local… não se sabe de quem nos devemos defender primeiro, defendermo-nos de um só é levarmos bujarda do outro na certa e completamente desprotegidos… nenhum é bom e defendermo-nos dos dois ao mesmo tempo é quase impossível…

Mesmo que a situação ocorresse em casa seria muito difícil resolver a questão de forma razoável, pois até hoje nunca vi nenhuma casa com duas sanitas na mesma casa de banho e principalmente uma em frente à outra, coisa que eu mais precisava…

A minha “sorte” foi mesmo a mãe-natureza…

Depois de aliviado, e sem mais detalhes, chego a casa, amarelo, quase branco e sou confrontado com a pergunta/rasteira da minha mãe a fim de confirmar de que eu realmente tinha ido à missinha:

- “Então que tal a missa? De que cor vestia o padre?

- “Os padres (corrigi eu) estavam vestidos de branco e tinham tudo muito bem ensaiado… pareciam uma boysband!”

- “Como?”

- “Nada, nada…, tenho que me deitar que não estou lá muito bem… a missa “caiu-me” mal!”

Conclusão: Nunca comam uma laranja para curar uma ressaca e nem sequer pensem em ir à missa!


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